Toda atividade precisa de um
financiador para existir. Em algumas vezes podem ser vários financiadores sejam
eles os próprios donos ou terceiros. Há quem conteste, mas tem
coisa melhor do quer ganhar dinheiro usando dinheiro dos outros?
Para qualquer empresa o
financiamento mais cômodo é ter crédito junto ao seu fornecedor. A empresa pega
a mercadoria, mas não paga por ela (na hora, é claro). Assim esse cliente
oferecerá e venderá esse produto com intuito de pagar o seu fornecedor. Esse é
um negocio perfeito, se não fosse o crédito que o seu cliente espera receber
por parte de sua empresa para comprar o produto. Em um instante você pode
passar de financiado para financiador. Isso nos lembra que temos que analisar
muita coisa.
Com isso surgem algumas questões essenciais
que toda empresa deve fazer: Qual o prazo médio que os fornecedores oferecem?
Qual o prazo médio das vendas? Qual o prazo médio para o recebimento? Essas
respostas são essenciais para saber como vai ficar seu fluxo de caixa. Se você
somar o prazo que a empresa demorará para vender esses produtos com os prazos
do recebimentos e esses forem menores do que os dos recebimentos você está com
um sistema perfeito que por si só se sustenta. Mas caso os prazos de vendas e
recebimentos sejam maiores que os prazos concedidos pelo fornecedor você tem um
problema para resolver, já que terá que pagar
o fornecedor mesmo sem ter recebido o dinheiro dos produtos comprados. De onde
tirar o dinheiro então?
Vamos analisar as situações
abaixo onde os números se referem aos estágios e ordem de cada operação no
tempo . 1 Prazo médio oferecido pelo fornecedor (PF), 2 Prazo médio para
realização das vendas (PV) e 3 Prazo médio para recebimentos (PR). Lógico
primeiro você compra, depois você tem que vender, receber e se a compra foi a
prazo tem que pagar no meio desse processo.
Através dessa visualização
podemos perceber que na primeira situação ao somar o prazo de vendas e o prazo
de recebimentos sobram ainda 15 dias para pagar o fornecedor. Isso significa
que a operação está perfeita e esse dinheiro ficará disponível no capital de
giro da empresa. Que beleza a empresa conseguiu uma ótima forma de ganhar
dinheiro sem precisar investir seu capital próprio e ainda arrumou um jeito de
ficar com o dinheiro por 15 dias em seu caixa sem pagar nada a mais por isso.
Já na segunda situação podemos perceber claramente que o prazo do fornecedor é
maior que o prazo de vendas e recebimentos. Isso significa que antes de receber
o dinheiro das vendas a empresa terá que retirar dinheiro de seu caixa para
pagar o fornecedor. Logicamente se não houver concessão de prazo a empresa terá
que desembolsar o dinheiro à vista. Nesses dois últimos cenários a empresa pode
apresentar uma necessidade de caixa e aí está o problema. Como suprir essa
necessidade passa a ser a questão.
Capital próprio é uma das opções.
O sócio retira esse dinheiro do caixa da empresa. Caso a empresa não tenha esse
dinheiro pode também ser feito um aporte de capital. Logicamente algumas coisas
como o fluxo de caixa no decorrer do mês e a rentabilidade que o sócio espera
desse aporte entrará em discussão para saber o custo desse capital. Mas existe
uma situação muito oposta que é o de a empresa não ter essa disponibilidade ou
simplesmente isso não ser viável. Nesse caso a empresa provavelmente recorrerá
à capital de terceiros de instituições financeiras.
Atualmente principalmente os
bancos de fomentos oferecem produtos interessantíssimos para as empresas. Basta
a empresa ficar atenta e procurar os recursos oferecidos com apoio do governo.
O BNDES e os bancos regionais como Banco do Nordeste, BDMG, dentre outros são
os primeiros lugares que devem ser visitados. Isso depende é lógico de um
planejamento.
Hoje no mercado existem duas
situações que são elas: você planeja e consegue um bom credito que vai precisar
ou você precisa emergencialmente e paga um preço caro por um credito não tão
bom assim (estou me referindo às condições e características do crédito). Essa
é uma decisão sua. Eu indico que você planeje as ações da empresa dentro de
projeções futuras com intuito de estar sempre um passo a frente. Por mais que
você não precise do capital hoje vale a pena estar aberto para novas
oportunidades e precavido antes de mudanças negativas.
A verdade é que na atual
realidade trabalhar com capital de terceiros é necessário ou no mínimo uma bela
oportunidade. Isso vai depender é claro de cada situação e cabe a você fazer
essa analise. Cabe a empresa e a aqueles que nela estão fazer o devido
planejamento para melhor utilização dos recursos disponíveis.